* Este texto integra a coluna Comunicação Contemporânea, escrita pela jornalista Sílvia Mendes, Diretora de Conteúdo da Huna, para o jornal Linha Popular, em Camboriú.
Gostando ou não de Big Brother Brasil, o fato é que esta edição está na boca e nas pontas dos dedos do povo, que publica e consome um volume gigante de conteúdo sobre o reality show. Neste ano o BBB voltou a bater recordes de audiência depois de ter experimentado o menor público de sua história em 2019.
E a culpa é do feminismo. As polêmicas envolvendo declarações dos homens da casa levaram muita gente a pensar que o programa de tevê rendeu polêmica por conta do machismo. Mas machismo sempre teve na história do BBB.
Em 2012, um modelo levou uma estudante alcoolizada para debaixo do edredom, foi acusado de estupro e absolvido por falta de provas. Em 2016, um tatuador que dizia no programa que “gostava de novinhas” foi preso quando que saiu da casa, acusado de abusar de uma menina de 13 anos. Em 2017, um médico foi expulso por agredir uma estudante.
Machismo sempre teve, desde que o mundo é mundo, e o BBB é vitrine para observarmos as doenças da mente humana. O que mudou é a proporção que o feminismo tomou.
É importante explicar que são coisas diferentes, e não opostas, o machismo e o feminismo. Machismo é um modo de ver e viver no mundo considerando que o feminino (ou as mulheres) é inferior ao masculino (por consequência, aos homens). Feminismo é um movimento social, baseado na união e luta protagonizada pelas mulheres pela igualdade de direitos, de respeito e de tratamento.
Outra mudança desta edição do BBB foi a entrada dos influenciadores digitais. Eles levaram para a tevê, que é uma forma tradicional de comunicação de massa (aquela que sai de um para muitos), discussões que estão vivas na Internet, onde a comunicação é horizontal: de muitos para muitos.
Quando a influenciadora digital Manuela Gavassi falou em sororidade no BBB 20, aumentou em 250% a busca por essa palavra no Google. Quem pesquisou descobriu que sororidade é igual fraternidade, só que entre mulheres. É a relação de irmandade que leva mulheres a se unirem, se ajudarem, colaborarem entre si.
Parece que aumenta a compreensão geral de que há um desequilíbrio de poder histórico na relação entre homens e mulheres. Esse desequilíbrio se manifesta em vários níveis, começa pelas piadas (mulher no volante, perigo constante?), passa pelos salários menores para mulheres e dificuldade de contratação em cargos de liderança, pelo julgamento (onde estava a mãe dessa criança?) e termina na violência. No Brasil, são 536 casos por hora.
A palavra feminismo virou um verbete da comunicação contemporânea. As marcas já entenderam isso e apostam no discurso feminista para se manterem relevantes no mercado.
Para o cidadão comum, fica o desafio de enfrentar seus preconceitos e olhar de mente aberta para o tema. Reconhecer o machismo nosso de todo dia e compreender o papel do feminismo no progresso das mulheres, que é o progresso do mundo, hoje é requisito para o convívio social, para se manter interessante nas rodas de conversa. Ou, pelo menos, para não passar vergonha.
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